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Cultura organizacional: entre um café e uma call, rituais internos que sustentam uma cultura viva.

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Descubra como reinventar rituais e fortalecer a cultura organizacional no mundo híbrido, equilibrando conexões reais e produtividade digital.

Manter viva a cultura organizacional não é luxo, é essencial para gerar identidade, engajamento, produtividade e longevidade em uma empresa. Em organizações fortes, cultura vai além de missão, visão e valores desenhados pela liderança. Ela vive nos momentos cotidianos, nas interações informais, nos pequenos rituais que conectam as pessoas umas as outras. 

Porém, algo que se percebe nos últimos anos, e que se intensificou com a pandemia, é que muitos desses rituais têm se perdido. Cafés com o presidente ou CEO, celebrações de aniversários, encontros informais de integração, aniversariantes do mês, happy hours ou comunicações presenciais pontuais. Nos últimos anos, vimos algumas empresas retomarem alguns, mas a maioria parece ter reduzido drasticamente.

Esse empobrecimento ritualístico não é apenas nostálgico, ele tem impacto real na coesão dos times, no senso de pertencimento, na comunicação não formal, no alinhamento de valores e, também, na criatividade. Em contrapartida, há uma cultura excessiva de reuniões on-line, muitas vezes desenhadas sem critério, que pode saturar os colaboradores e prejudicar a produtividade, causando desgaste cognitivo e emocional.

Neste artigo, vamos destrinchar os principais rituais conhecidos para fortalecer a cultura organizacional, como a pandemia afetou esse cenário, caminhos para reinventar esses rituais no mundo atual, precauções com o excesso de reuniões e como a comunicação interna pode ser um pilar nesse resgate.

Principais rituais de cultura organizacional

Antes de pensar no que se perdeu ou no que precisa mudar, vale listar os rituais mais comuns (e eficazes) que historicamente têm sustentado culturas organizacionais fortes:

  • Café com liderança/café da manhã com presidente, CEO ou diretor. Momentos informais, nos quais a liderança “está junto”, ouve pessoas, promove escuta, acessibilidade e quebra hierarquia comum ao dia a dia.
  • Celebração de aniversário de empregados ou de equipes. Seja mensal ou no dia do aniversário, sempre foi um reconhecimento pessoal que mostra cuidado e valorização.
  • Comemoração de metas e conquistas de equipe. Aquelas reuniões presenciais com eventos de reconhecimento e premiações internas, sabe?
  • Rituais de integração (onboarding presencial), reuniões de boas-vindas a novos colaboradores. Um ritual que ia além das formalidades, com momentos de socialização para que o novo “se sinta parte”.
  • Encontros informais: happy hours, almoços de equipe, cafés, pausas coletivas e conversas no corredor.
  • Comunicações presenciais ou híbridas periódicas da liderança: town halls, assembleias gerais internas, reuniões gerais (CEO com todos os colaboradores) e longas conversas em formatos abertos.
  • Ritos de cultura visível: murais com fotos, celebrações de datas simbólicas, pequenas práticas de reforço dos valores (ex.: “valor do mês”, “colaborador destaque” ou um valor-narrativa contado mensalmente).
  • Rituais de feedback e aprendizagem: sessões presenciais de revisão, workshops, mentoring, storytelling de erros e acertos compartilhados.

Esses rituais criam artefatos visíveis e intangíveis: inclusão, pertencimento, reconhecimento e, claro, o que toda empresa busca, alinhamento. Como apontam as teorias clássicas, por exemplo, de Edgar Schein, eles atuam em níveis distintos: artefatos (o visível), valores declarados e pressupostos subjacentes. 

O advento da pandemia e a queda dos rituais de cultura organizacional

A pandemia de COVID-19 trouxe um choque abrupto de realidade. Escritórios fecharam, quase tudo migrou para o remoto, os encontros presenciais desapareceram ou foram substituídos por chamadas de vídeo. Isso provocou uma série de perdas para os rituais culturais:

  • Muitos cafés, iniciativas de recepção ou integração foram suspensos ou viraram meras videoconferências;
  • Eventos internos presenciais foram cancelados ou adiados indefinidamente;
  • As informalidades do escritório, como as conversas de corredor, a troca de ideias e as interações espontâneas, naquela época, praticamente sumiram;
  • A cultura de presencialismo mudou ou foi abandonada em muitos casos, mas não necessariamente substituída por algo tão eficaz.

E os dados confirmaram mudanças.

A pesquisa Cultura Organizacional no Novo Normal, da Grant Thornton Brasil (em parceria com a Culture for Performance), é um exemplo. Feita com mais de duas mil empresas brasileiras, ela mapeou as prioridades e os impactos culturais com a pandemia. 

Além disso, pesquisas e matérias apontaram para um desgaste mental/psicológico oriundo do isolamento, da falta de conexão informal e de um grande número de reuniões virtuais que, embora necessárias, acabaram por saturar colaboradores. A Associação Brasileira de Psiquiatria, por exemplo, observou aumento de queixas ligadas ao excesso de videoconferências. 

Portanto, embora o trabalho remoto ou híbrido tenha trazido vantagens indiscutíveis (flexibilidade, eliminação de deslocamentos e conveniência), também trouxe a necessidade de repensar: quais rituais culturais foram deixados para trás e o que fazer para resgatá-los ou reinventá-los?

Como reinventar rituais de cultura organizacional no mundo atual?

Dado o novo contexto em que vivemos, com modelos híbridos, trabalho remoto parcial ou integral, uso intenso de tecnologia e dispersão geográfica, resgatar ou reinventar rituais exige criatividade, consistência e empatia. Aqui vão práticas e ideias que a comunicação interna pode liderar ou fomentar:

Mapear quais rituais existiam e quais são mais valorizados

Fazer pesquisas internas (survey ou entrevistas) para identificar de quais rituais os colaboradores sentem falta. Por exemplo, “café com líder”, “celebração mensal”, “reunião geral presencial”, “happy hour” e uma infinidade de outros formatos que existiam. Busque compreender o que era motivo de pertencimento para as pessoas de sua organização.

Reinvenção híbrida/virtual-presencial

Um café mensal com liderança pode virar híbrido, o que acha? Parte presencial (para quem puder) e com transmissão ou minievento virtual interativo. Já as integrações de onboarding podem incluir encontros presenciais ou encontros híbridos de “imersão cultural”, quando possível.

Ritos pequenos e frequentes

Em vez de depender de grandes eventos, valorize os microrritos. O início de semana com check-in coletivo (cinco minutos para compartilhar algo bom), pausa coletiva no meio da tarde com conversa descontraída, café virtual ou físico por equipe, caixa de reconhecimento digital/presencial. O importante é inventar dentro da rotina para não sobrecarregar ainda mais as pessoas.

Valorizar storytelling

Conte histórias de pessoas, de conquistas, de erros que viraram aprendizado. Isso pode ser feito em newsletters internas, redes sociais corporativas, nos canais de comunicação interna ou até em reuniões presenciais.

Criação de espaços informais, mesmo que virtuais

Salas de descanso virtuais, fóruns ou threads para cafés informais, curiosidades, hobbies ou algo que vá além de trabalho. Permita interações que não tenham pauta formal.

Rituais simbólicos adaptados

Mantenha tradições corporativas (datas comemorativas e aniversários, por exemplo) de forma adaptada. Faça envio de kits, vídeos de equipe, encontros curtos de celebração, reconhecimento entre pares que tenha presença física eventual.

Calendário de cultura

A comunicação interna pode e deve manter um calendário visível de eventos ritualísticos, físicos ou híbridos, para que todos saibam o que esperar. Isso ajuda no planejamento, cria previsibilidade e gera expectativa.

Liderança presente e comprometida

Lembre-se do que talvez seja o mais importante: rituais se fortalecem quando lideranças participam. E isso significa que elas não apenas aparecem, mas escutam, interagem, demonstram vulnerabilidade e mostram valor real daquele momento em conjunto. Se o café com o presidente virar uma formalidade vazia perde o efeito.

Na reinvenção, cuidado com o excesso de reuniões e ritos on-line

Ao mesmo tempo que reinventar rituais para cultura organizacional é importante, há um risco concreto de transformar todo ritual em mais uma reunião virtual e, assim, cair em um ciclo contraproducente.

Nesse sentido, cuide de alguns aspectos:

  • Sobrecarga de reuniões: a Elogroup, em um de seus estudos sobre people analytics, aponta que, com o trabalho remoto e híbrido, houve aumento expressivo no tempo gasto em reuniões recorrentes e diminuição das reuniões não recorrentes, o que pode indicar que se está enchendo a agenda com eventos padronizados que nem sempre agregam. 
  • Fadiga de videoconferência (“Zoom fatigue”): muitas chamadas virtuais sucessivas, sem pausas, cansam  tanto cognitiva quanto emocionalmente. Isso diminui atenção, aumenta estresse. 
  • Necessidade de propósito claro para cada ritual/reunião: perguntar “por que estamos fazendo isso?”, “isso realmente precisa de todos os participantes?”, “há alternativa?”. Se for apenas para marcar presença ou preencher agenda, é melhor repensar.
  • Mistura equilibrada de on-line e presencial: sempre que possível, eventos presenciais ou híbridos ajudam no envolvimento emocional e na conexão humana. O presencial favorece interações espontâneas e comunicação não verbal que reforça pertencimento.
  • Cuidado com horários e burnout: Em home office ou regimes híbridos, é fácil invadir o tempo pessoal, estender reuniões e perder intervalos. Políticas como pausas obrigatórias, limites de reunião (por exemplo, duração máxima e espaços entre reuniões) ajudam. 
  • Tecnologia como facilitadora, e não dominadora: usar plataformas que permitam interação mais rica, usar vídeos, recursos visuais, breakout rooms e evitar recarregar ritos virtuais apenas com slides ou monólogo.

Cultura organizacional é feita com presença

Por mais que a tecnologia aproxime distâncias e permita novas formas de conexão, a cultura organizacional é, essencialmente, feita de presença. Presença física, emocional e simbólica. É no olhar, no gesto, na pausa para o café, na risada compartilhada e nas conversas espontâneas que a cultura se manifesta com mais verdade.

Por isso, retomar os encontros presenciais, sempre que possível, é fundamental. Eles não substituem o virtual, mas o complementam. O toque humano reativa vínculos, fortalece a confiança e devolve à cultura aquele elemento invisível que nenhuma tela entrega: a sensação de pertencimento real.

Empresas que voltaram a investir em rituais presenciais têm observado ganhos expressivos em engajamento e colaboração. Segundo levantamento da Aberje (2024), ações presenciais de comunicação interna estão entre as mais eficazes para reforçar propósito e senso de comunidade nas organizações brasileiras.

A comunicação interna tem papel decisivo nessa retomada. Planejar, inspirar e dar visibilidade a esses reencontros, ajudando a criar uma cadência equilibrada entre o digital e o físico. Em tempos de excesso de calls e notificações, voltar a se encontrar “de verdade” é um ato quase revolucionário e profundamente humano.

Conclusão

A cultura organizacional não sobrevive de missão impressa, de slides bonitos ou de valores decorados se não houver vida no cotidiano da empresa. E esses momentos cotidianos são os fios que tecem a cultura. Sem eles, ela se torna formalidade, algo que existe “no manual”, mas que não pulsa.

A comunicação interna é um dos pilares nessa construção ou reconstrução. Ela pode mapear aspirações dos colaboradores, projetar rituais que façam sentido, coordenar eventos – presenciais ou híbridos –, e manter coerência de tom, de linguagem e de valores. Você pode (e deve) colocar propósito antes de formato, reconectar pessoas e reforçar que cultura se vive, não se declara apenas.

Se você está sentindo sua cultura organizacional fragilizada, com menos encontros reais, menos empatia e menos senso de pertencimento, fale com um especialista em Comunicação Interna. Alguém que possa:

  • Diagnosticar o que foi perdido ou esquecido;
  • Desenhar rituais que façam sentido para a sua cultura (com criatividade, empatia e praticidade);
  • Equilibrar o uso de tecnologia e reuniões virtuais com momentos presenciais ou híbridos;
  • E medir impacto, ajustando as práticas conforme feedback!

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